segunda-feira, 16 de abril de 2012

Série Momento do Compositor: Goiá (Gerson Coutinho da Silva)

Comecei ontem a série "Momento do compositor", na Rádio Comunitária Planalto FM (Rio Grande do Sul), dentro do programa Terra Brasil, apresentado pelo meu amigo Danilo Darós (Okamoto), grande apreciador da música caipira, onde fazemos um bate-papo sobre os grandes compositores do gênero. Neste primeiro programa dedicamos 20 minutos ao compositor Goiá (Gerson Coutinho da Silva), autor de um dos maiores clássicos caipira, Saudade da minha terra ( "De que me adianta viver na cidade, se a felicidade não me acompanhar..."). Goiá, que recentemente foi objeto de pesquisa acadêmica defendida por Diogo de Souza Brito na Universidade Federal de Uberlândia, popularizou sua cidade natal, Coromandel, em Minas Gerais, ao torná-la tema de várias de suas composições. Apesar de ter morrido cedo, aos 46 anos, deixou 311 composições, a maior parte delas registradas pelas mais importantes duplas caipiras das décadas de 1950/1960: Zilo e Zalo, Nenete e Dorinho, Vieira e Vieirinha, Palmeira e Biá, Pedro Bento e Zé da Estrada, Tibagi e Miltinho e as Irmãs Castro. Mas porque um cidadão mineiro adotou como pseudônimo o nome de outro Estado? Porque foi lá, em Goiânia, que começou a carreira, formando dupla com Micuim. Ainda não usava o nome que o consagraria como compositor, era Rouxinol. A dupla chegou a gravar dois discos em 78 rotações e se apresentou em diversas rádios goianas. Ao saber que uma antiga namorada dos tempos de Coromandel havia se mudado para São Paulo, não teve dúvidas, abandonou o parceiro e veio para a capital paulista. O caso é que dois irmãos de Ilda, a moça de Minas, estavam fazendo certo sucesso: Biá e Biazinho. Biá se consagraria logo depois ao lado de Palmeira, emplacando o sucesso Boneca cobiçada, canção que mudaria o nome do gênero até então conhecido por caipira para "sertanejo". Biá, diretor artístico da gravadora Chantecler, apostou no cunhado - Goiá se casou com Ilda - mas este fez carreira mesmo como compositor. Voltou a Coromandel 14 anos após ter saído para tentar a carreira artística e foi recepcionado calorosamente por amigos comerciantes que fizeram questão de patrocinar os dois  discos em que registrou suas composições com sua voz. Durante o programa, Danilo Darós selecionou três músicas do compositor:  Campos amados de Coromandel (com Sérgio Reis), Canção do meu regresso (com o próprio Goiá) e Saudade da minha terra (com a Orquestra Paulistana de Viola Caipira). Aqui, o próprio Goiá interpreta seu maior sucesso, fazendo ele mesmo as duas vozes.



Um comentário:

Daniel Mendes disse...

minha mãe conheceu nenete e dorinho.na época a dupla já havia acabado e dorinho era fiscal de ônibus aqui em campinas.meus irmãos mais velhos tb conheceram o dorinho.o maracá,pai da iara,esposa do dorinho(que faleceu recentemente e fazia dupla com ela),que teve um trio com dorinho e pontelli foi casado com minha tia. a iara é filha do primeiro casamento dele.só conheci o maracá. ele,minha tia e minha mãe faziam algumas cantorias em casa juntos!obrigado,Cara Pinhé!