terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Cantando passarinhos

Se há um grande símbolo que sintetize a música caipira, este é o passarinho. Ele foi cantado de todas as maneiras imagináveis e se trata de uma metáfora irresistível, pois ilustra tanto a liberdade como a privação, o amor e a traição, a simplicidade e a complexidade. O repertório da música de viola guarda uma série de exemplos memoráveis, muitos deles inscritos nas antologias gravadas por diversos violeiros, caipiras e, como se tornou moda recentemente, até por "sertanejos". Não que cantar o bichinho emplumado seja privilégio caipira, pois há uma galeria infinita de exemplos de outros gêneros (Asa branca e Assum preto no verdadeiro sertanejo de Luiz Gonzaga; Azulão e Estrada do sertão, de João Pernambuco, esta última com belíssima letra de Hermínio Belo de Carvalho que menciona toda a passarada; e o Sabiá de Tom Jobim, reconhecido apreciador de pássaros). Mas vamos deixar aqui cinco modas que se guiam pelos passarinhos para deleite sonoro do visitante saudoso do tema viola que, desde 2011, andava meio esquecido pelo blog.

Destinos iguais
Uma das canções mais tristes da música caipira mas inspirada composição de Ariovaldo Pires, o Capitão Furtado e Laureano, aqui com o Duo Glacial.



João de barro
O radialista Muíbo Cury deixou seu nome na história da música caipira com essa parceria com ninguém menos que Teddy Vieira, o mais prolífico compositor de que se tem notícia... Para completar, a versão é com a dupla Tonico e Tinoco...



Chitãozinho e Xororó
Clássico que, sem que Serrinha a Caboclinho pudessem imaginar, renderia o nome da dupla que fez a passagem da música caipira para a "sertaneja". Aqui, a versão original.



Guaxo
Helena Meirelles não canta este passarinho do Pantanal, mas ele é que canta em sua viola, atualmente dedilhada por seu sobrinho Milton Araújo. A versão abaixo reúne só feras: Rainer Miranda, Júlio Santin, Levi Ramiro, Marcos Azevedo e o próprio Milton Araújo)



Fuxico
Pereira da Viola, com sua voz brilhante, irrompe a tradição com a bela composição de Dinho Oliveira e Gutemberg Vieira e coloca a dualidade num só pássaro: "o amor tem duas asas"

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