terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Os públicos que apoiaram o resgate da memória circense


Ao findar o segundo ano do projeto "Entre risos e lágrimas - O teatro no circo (das pantomimas aos dramas)", parceria entre o Centro de Memória do Circo, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e o Núcleo de Pesquisa em Comunicação e Censura - Arquivo Miroel Silveira, da ECA/USP, é possível detectar que o esforço em resgatar a memória da dramaturgia circense rendeu frutos que estão sendo saboreados pelos diversos públicos ligados às artes e aos saberes circenses. Vamos a eles:

1. O próprio circense. Desde que o Centro de Memória do Circo assumiu a função de ser o novo ponto de encontro da classe circense, resgatando o antigo Café dos Artistas, que funcionou por décadas no Largo do Paissandu, a movimentação em torno dos encontros que envolveram o resgate das esquetes circenses e a leitura das peças de Piolin deu uma nova perspectiva aos próprios circenses. As atividades renderam novo ânimo e a sensação de que o circo resiste. Nesse sentido, parte das pessoas que lotavam os encontros com os palhaços eram de pessoas que conheciam muito as artes e os saberes do circo. Estavam lá para reforçar sua identidade e sentir o circo pulsando.

2. A nova geração de circenses. Os eventos pensados dentro da parceria para resgatar a dramaturgia circense contou com uma parcela muito entusiasmada de público: os novos grupos que usam da arte circense para criar seus projetos e espetáculos. Entre eles estão: Esparatrapo, Clã, Clownbaret, Cia. Reprises (que nasceu da participação dos Doutores da Alegria no projeto em 2010), e os alunos da SP Escola de Teatro.

3. O público em geral. O que não quer dizer uma legião de anônimos, pois boa parte desse público buscou um grau de envolvimento nos eventos que vai além da simples curiosidade. Alinho nessa fatia de público figuras como a de Edy Star, cantor e ator que fez parte da carreira ao lado de Raul Seixas e outra parte no Circo Fekete, pelo interior da Bahia. Ou a assistente social Janete de Oliveira DJassi, que participou da abertura do projeto após acompanhar o cortejo puxado pela Cia. Reprises na Galeria Olido e me procurou para contar a importância que o circo teve na vida de sua mãe, empregada domésticas nos anos 1950 na região de Higienópolis.

4. Os pesquisadores. Embora não seja um público, pois são poucos ainda os que se dedicam a pesquisar o circo, entre eles Mário Bolognesi, Ermínia Silva, Alice Viveiros de Castro, Verônica Tamaoki (que coordena o Centro de Memória do Circo) e este que escreve. Dedicaram sua experiência em intensidades que estavam ao seu alcance, e enriqueceram o universo do resgate da memória circense nas diversas fases do projeto.

5. Os palhaços. Estes destacados do primeiro grupo e propositalmente deixados para o final por um simples motivo: eles foram a alma do projeto. Romiseta (Agostinho Blask), Reco Reco (Francisco Paulivan Ferreira dos Santos), Bacalhau (José Odair Cazarin), Condorito e Corchito (Fernando Pontigo Silva e Sônia Beltrán Diaz), Pururuca (Brasil João Carlos Queirolo), Pepin e Florcita (Raul Hernando Robayo e Maria Duran), Picoly (Benedito Sbano), Xuxu (Franco Alves Monteiro), Biriba (Geraldo Passos) e Picolino (Roger Avanzi), além dos atores Raul Barreto, Domingos Montagner e Hugo Possolo, dedicados à palhaçaria. Ao olhar para esse contingente de pessoas é que temos a dimensão da importância da iniciativa. Assim, só é possível concluir com uma frase do sr. Sbano, o palhaço Picoly: "O circo não morreu. E nem resfriado ele está!"

3 comentários:

Claudio Mendes disse...

Você tem algum material sobre o circo Fekete? estou realiaznado uma pesquisa sobre a trajetória do palhaço Pinduca de Salvador e esse passou pelo circo Fekete, gostaria muto de acresenatr a pesquia algo sobre esse circo.
Parbéns pelo blog, já adicopnei a meus favoritos.

Claudio dos Anjos.

Claudio Mendes disse...

Estou a procura de algo sobre o circo Fekete.

Claudio dos Anjos

Cará Pinhé disse...

Cláudio, o único contato que tenho é o cantor Edy Star, daí de Salvador, mas que mora hoje em SP. Ele trabalhou no Fekete e tem participado das reuniões de leitura de peças de circo-teatro no Centro de Memória do Circo. Edy também gravou com Raul Seixas e é uma figura bem interessante. Se interessar, me escreva no email waltersousajr@hotmail.com.
Abraço!