terça-feira, 8 de novembro de 2011

Água pra quem tem sede

Sábado agradável, tarde não muito quente e um Jardim da Luz repleto de gente diante de um picadeiro inflável. O nome do espetáculo é "Água", e lá estavam nove atores vestidos à caráter: maiô retrô, óculos de natação, nariz vermelho... ôpa! Nariz vermelho? Sim, pois eram os palhaços do Clã Estúdio de Artes Cômicas. Dirigidos pela ótima Cida Almeida, o espetáculo surpreende por usar recursos cênicos - e o talento dos atores, claro - para levar um encadeamento de esquetes sobre o tema principal. A primeira lembrança que vem à mente quando se fala na mistura água e palhaços são os longínquos espetáculos aquáticos dos grandes circos que passaram por São Paulo na primeira metade do século 20. Picadeiros inteiros enchidos com água onde dois times de guerreiros lutavam sobre uma ínfima ponte para, no final, acabarem dentro d´água. Mas no espetáculo do Clã, o picadeiro, apesar de inflável, não será enchido com água. Há soluções inspiradas, além dos infalíveis véus azuis balançando, como os círculos giratórios com espirais infinitas, as lavadeiras cantando com bacias à cabeça, baleias que espargem espuma ou chuvas de papel metalizado picado. E a trilha? Desde Singing'n the rain até La Mer, esta dublada por um inspirado jacaré de feltro que estica seu pescoço por sobre o braço do ator que o manipula. Mas, quem pensava que se falaria em água o tempo todo no seco, se enganou. Bastaram aos palhaços chorarem torrencialmente, salpicando a plateia com suas lágrimas, para começar o embate entre eles: pistolas d´água, armas mais robustas e, enfim, uma mangueira! No final, a trupe continua se divertindo com rodos e baldes, até que a peça se findar com um grande samba enredo temático. Produção impecável, direção muito boa e ótimo trabalho cênico. Agora é aguardar a próxima temporada que, prometo, postarei aqui assim que estiver com a programação!

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