quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Falações de Condorito e Corchito

Casados há 39 anos, no Brasil desde 1994, quando desembarcaram num dia e no outro já estavam no picadeiro, o casal de chilenos Sônia Fátima Beltrán Diaz e Fernando Pontiago Silva não se inibiram com o forte sotaque e encararam a plateia, mesmo que ela não conseguisse entender direito o que diziam. Ao contrário de outros palhaços de língua espanhola que atuam no Brasil, não deixaram de apresentar entradas e reprises faladas por causa disso, trocando-as pela mímica ou pela simples encenação. Continuaram fazendo apostas entre si, sempre querendo um tirar vantagem do outro e revelando um humor ingênuo e infantil. Corchito (dona Sônia, na foto de Paula Torrecilha), embora se vista e tenha uma pintura bem parecida com a de Condorito, é o palhaço, faz o papel do clown, que tenta enquadrar o tony, o excêntrico, sem sucesso, pois este sempre acaba em vantagem. Fazem uma aposta para saber se as mãos, ocultas atrás das costas, estão abertas ou fechadas. Claro que a trapaça é parte natural da entrada. Mas eis que Condorito, enganado o tempo todo por Corchito, surge com uma nota de cinco reais que, mesmo colocada sobre o monte das apostas, sempre volta voando para o seu bolso. Depois, quando é convidado a participar de um número de mágica, não consegue manter o segredo do truque, abrindo-o para o público um segundo depois de Corchito pedir-lhe colaboração. Falam o tempo todo, discutem, trocam bofetadas. Uma encenação chilena? Não, de palhaço. Tão familiar ao público brasileiro. Que ouve e, entendendo ou não, ri. Foram eles, enfim, a terceira dupla a se apresentar na programação do Projeto Entre risos e lágrimas. Semana que vem, a última apresentação: o palhaço Bacalhau.

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