quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Entre o riso e a lágrima há apenas o nariz

A frase - sensacional, diga-se - é de Millôr Fernandes e foi reproduzida durante o Seminário Travessias, que aconteceu na ECA/USP na quinta passada, pelo pesquisador Elias Thomé Saliba. Achei-a simpática de cara (sem trocadilhos infames, por favor...) pela semelhança que tem com o nome do projeto dedicado a estudar a dramaturgia circense, parceria entre o Centro de Memória do Circo e a ECA/USP: "Entre risos e lágrimas - O teatro no circo (da pantomima aos dramas)". O mais bacana ainda é que temos trabalhado com a dramaticidade do palhaço. Acontece que, na segunda parte do espetáculo, geralmente é o palhaço quem desempenha os papéis dramáticos e, nesse caso, literalmente, o que distingue o riso da lágrima é o nariz.
Outra questão discutida no citado seminário, que contou também com a presença de pesquisadores portugueses da Universidade de Coimbra, foi a sociabilidade suscitada pelo riso. Diversas pesquisas têm apontado que o real fundamento do riso é a sociabilidade, ou seja, as pessoas gostam de rir em conjunto, em família, entre amigos e entre pares próximos. Assim, rir é parte do relacionar-se, não uma atividade meramente inata e biológica, mas algo que transcende a individualidade para atuar na sociabilidade. Para concluir da mesma forma que comecei, e fazendo desse post uma justa homenagem ao "Guru do Méier", outra grande citação: "O homem é o único animal que ri, e rindo ele demonstra o animal que é".

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