terça-feira, 12 de julho de 2011

Um artesão da viola: Índio Cachoeira

Conheci o Cachoeira em 2000, na casa do Rodrigo Mattos, e, na ocasião, ele era o Pajé, em dupla com Cacique, substituindo Roque Pereira Paiva, o Pajé original, falecido em 1994. Tocava uma viola maravilhosa, marchetada, com detalhes em preto e branco: era ele quem fazia. Depois fiquei sabendo que foi caminhoneiro e que, compadecido com uma viola que viu jogada no lixo, na beira da estrada, decidiu consertá-la (e depois concertá-la!). Apesar dessa bela história, já tocava viola desde os 8 anos, quando aprendeu a dedilhá-la em Junqueirópolis (SP). Índio Cachoeira dominou o instrumento de tal forma que se tornou hábil instrumentista. José Pereira de Souza, o Cachoeira, a partir da parceria que manteve com Cacique, adotou o nome de Índio Cachoeira. Gravou um belíssimo disco, Solos de Viola Caipira, contando com o apoio luxuoso de um time de craques: Ricardo Vignini, Júlio Santin, Milton Araújo e Rodrigo Mattos, num projeto patrocinado pela Petrobras. Nos últimos anos tem se apresentado em dupla com Cuitelinho. Quanto à habilidade artesanal de luthier, além de criar violas, harpas e cavaquinhos, inventou o Canaã, uma violinha de 15 cordas. Cachoeira participa nos próximos dias 15,16 e 17, em Guarulhos, do I Seminário de Viola Caipira, que conta também com Ricardo Vignini, Zé Elder e Levi Ramiro.
Aqui, Cachoeira toca Prelúdio dos pássaros, de sua autoria. A viola soando como um carrilhão...

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