sexta-feira, 8 de julho de 2011

Genésio Arruda no cinema

Muitos estudiosos reconhecem a influência do ator Sebastião Arruda na constituição do caipira de Mazzaropi, mas é inegável também sua inspiração no caipira de Genésio Arruda - apesar do sobrenome não eram parentes e disputavam o mesmo público admirador de suas revistas caboclas encenadas na São Paulo das décadas de 1920 e 1930. Esse ator campineiro que deixou uma imensa obra no teatro, na música e no cinema cumpriu uma antológica temporada no Moinho do Jeca, onde encenou inúmeras revistas musicais e comédias impagáveis quando a capital paulista ainda se deleitava com o humor caipira. O próprio Mazzaropi levou-o para três de suas fitas. Numa delas ganhou prêmio como ator coadjuvante. Mas vamos à lista comentada de filmes, muitos deles importantes na história do cinema nacional:

Acabaram-se os otários (1929), direção de Luiz de Barros. O primeiro filme sonoro da história do cinema brasileiro conta as desventuras da dupla Genésio Arruda (Bentinho Samambaia) e Tom Bill (Xixilo Spicafuoco) que inclui a aquisição de bonde e o princípio de incêndio num cabaré.
O amor não traz vantagens (1929), direção de Luiz de Barros, também em papel principal.
O dia é nosso (1941), direção de Milton Rodrigues, no papel principal do caipira Guarabira, ao lado de Paulo Gracindo e Oscarito.
Canções brasileiras (1930), filme cantado em que atua novamente com Tom Bill.
Lua de mel (1930), direção de Luiz de Barros, comédia falada e cantada, também com Tom Bill.
Minha mulher me deixou (1930), direção com Luiz de Barros, com Tom Bill, com esquetes parecidas com as pantomimas de Chaplin, como a cena em que o italiano tenta matar uma galinha a tiros para preparar o almoço.
Sobe o armário (1930), direção de Luiz de Barros. Tom Bill se separa da mulher e chama o amigo Genésio para fazer a mudança. O grande armário sobre e desce do prédio a medida que Tom briga e se reconcilia com a mulher (Rina Weiss).
Tom Bill brigou com a namorada (1930), direção de Luiz de Barros, nova aventura com o trio Bill-Genédio-Rina.
O babão (1931), direção de Luiz de Barros, ao lado de Tom Bill, vive o papel título, um caipira apaixonado que não sabe como conquistar Conchita, roubada pelo italiano Don Chipola, o que rende um duelo final dentro de um navio (foto, emprestada do site da Cinemateca brasileira).
O campeão de futebol (1931), dirigido pelo próprio, com a presença dos jogadores Toufy, Formiga e Ministrinho, além do cantor Paraguassu.
O carnaval cantado de 1933 no Rio de Janeiro (1933), produção da Empresa Vital Ramos de Castro, com registro de esquetes do cômico ao lado de Alda Garrido, com cenas carnavalescas e do cortejo dos principais clubes cariocas, filmados pela primeira vez à noite.
Genésio Arruda (1936), documentário sem maiores referências com objetivo comercial.
Apuros do Genésio (1940), comédia sem maiores referências.
Parafuso fora do lugar (1945), curta metragem cômico sem outras referências.
O mistério do campo santo (1951), direção de Rafael Falco Filho
Carnaval em Lá Maior (1955), direção de Adhemar Gonzaga, faz uma ponta como um caipira na estação de trem.
As aventuras de Pedro Malazartes (1960), direção de Amácio Mazzaropi, participação em grande produção, que traz também o circense Liendo.
Tristeza do Jeca (1960), direção de Amácio Mazzaropi, que lhe rende o prêmio Saci como melhor ator secundário, no papel do político que, apesar de ser tratado como testa de ferro o filme todo, no final, eleito, sai em defesa do povo sofrido da área rural.
Zé do Periquito (1961), direção de Amácio Mazzaropi, em que aparece regendo sua famosa bandinha.
Cômicos...+ Cômicos... (1971), direção de Jurandyr Noronha. Conta a história de uma equipe pioneira de cinema, onde reaparece postumamente em cena de seu primeiro filme, Acabaram-se os otários.

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