quinta-feira, 9 de junho de 2011
Podemos tocar o Hino Nacional na viola?
Em 2006, quando lancei o livro Moda Inviolada pela editora Quiron no Museu da Imagem e do Som, local onde, cinco anos antes, eu havia começado a pesquisa, a editora convidou dois jovens e promissores violeiros - que estavam afiados e afinados - para sonorizar o lançamento. Conheci-os uma semana antes, quando gravamos uma participação no programa Metrópolis, da TV Cultura, no restaurante Consulado Mineiro, em Pinheiros, São Paulo. Um deles é o filho do "maestro" Rui Torneze, da Orquestra Paulistana de Viola Caipira, Lucas Torneze. Seu companheiro era um rapaz que tinha acabado de chegar do interior e parecia ser um baita violeiro: Arnaldo Freitas, que encontrei, depois, no programa de Inezita Barroso, Viola, Minha Viola, onde até hoje compõe o regional que acompanha os convidados da madrinha de todos os jovens violeiros. No dia da gravação no restaurante, combinamos de pegá-los no metrô e quando estávamos chegando - eu e o Ricardo, editor do livro - identificamos a dupla de longe: Arnaldo vestia um sobretudo pantaneiro, pois era inverno. No dia do lançamento, havia um certo frisson na dupla em tocar algo que haviam preparado para, assim dizer, o ponto alto do encontro. Mas qual era o ponto alto do encontro? Era o lançamento de um livro... Nem discurso quis saber de fazer, somente agradeci os amigos que lotaram a antiga cafeteria do MIS (depois foi reformada e virou o saguão do museu). Quando terminei, Arnaldo se aproximou e cochichou: "Agora podemos tocar o Hino Nacional?" Achei estranho e concordei. Lá foram eles. E arrebentaram. Hoje vejo os dois avançando em suas carreiras - Arnaldo, por exemplo, faz show no próximo sábado no CEU Vila Atlantica (rua Coronel Venâncio Dias, 840, Jaraguá), e Lucas continua na orquestra - o que é muito gratificante. Quanto ao Hino Nacional, descubro que é um verdadeiro fetiche de violeiro, pois vários dão sua versão nas dez cordas... A foto da dupla, no dia do lançamento do livro, é do Valdemi Silva.
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Um comentário:
Eu estava lá e pude me deliciar com a dupla.
Foi uma noite especial, com amigos especiais e o lançamento de um baita livro.
Pp
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