quinta-feira, 28 de abril de 2011

Os filmes de Arrelia

Waldemar Seyssel, o palhaço Arrelia, que fez fama na televisão nas décadas de 1950 e 1960, quando manteve um concorrido programa dominical na Rede Record - o canal hegemônico da época, sob o comando de Paulo Machado de Carvalho - participou de dez produções cinematográficas. Em algumas fazendo pontas, em outras sendo o protagonista. Talvez a principal delas tenha sido O barbeiro que se vira, fita que ainda é exibida nas sessões de cinema nacional dos canais estatais. A seguir, a cinematografia comentada de um dos mais populares palhaços de seu tempo, Arrelia.

1948 - O palhaço atormentado
No seu livro de memórias Arrelia e o Circo, o palhaço conta ter sido essa primeira experiência cinematográfica muito amadora, realizada sob o completo improviso e com resultados desastrosos. Confessa ter ido à estréia e sentado na última fila, sentindo vergonha do resultado final - mais ainda quando via o público se levantar e sair fazendo comentários negativos.

1950 - O amanhã será melhor
Único drama em que atuou na tela do cinema. Conta a história de imigrantes europeus que tentam a vida na cidade grande. Curiosamente, apesar da ascendência francesa, faz o brasileiro Juca, emquanto Ilka Soares fez a francesa Helen, Miro Cerni o polonês Stefano, Luigi Picchi o italiano Giovanni, e Jaime Barcelos o austríaco Hans.

1951 - Suzana e o presidente
Em papel secundário, aparece na história da jovem interiorana que se apaixona por um jogador de futebol e descobre que ele é o dono da empresa em que trabalha. Produção da Companhia Maristela dirigida por Ruggero Jaccobi, com participação do craque Leônidas da Silva.

1953 - O homem dos papagaios
 Ao lado de Procópio Ferreira, que vive o cidadão paupérrimo que tenta enriquecer - o que remete ao seu principal papel no teatro, na peça Deus lhe pague, de Joracy Camargo, Arrelia surge ao lado de Eva Wilma e Hélio Souto.

1954 - A sogra
Em nova comédia estrelada pelo veterano Procópio Ferreira e dirigida por Armando Couto, que conta a história do genro que recebe a visita da sogra rabugenta e descobre, desolado, que ela foi morar com ele, Arrelia faz participação ao lado de Eva Wilma e Herval Rossano.

1954 - Destino em apuros
O filme traz uma canção com Inezita Barroso e Beatriz Consuelo, Hélio Souto e Jaime Barcelos no elenco. Arrelia tem participação pequena nesta comédia considerada ruim pela crítica, além de ter sido acusada de plágio do filme O tempo é uma ilusão, de René Clair.

1955 - Carnaval em Lá Maior
Ponta num filme com elenco interminável - Walter D´Ávila, Randal Juliano, Caco Velho, Adoniran Barbosa, Blota Junior, Nestório Lipps, Pimentão, Genésio Arruda, Vicente Leporace, Carmen Silva, Hervê Cordovil e Renata Fronzi, entre outros.

1958 - O barbeiro que se vira
Ponto alto da carreira de Arrelia no cinema, divide o elenco com Eliana, sobrinha do diretor Watson Macedo e mocinha das chanchadas. No auge da sua carreira na TV, chega a interpretar sua famosa marcha Muito bem (Manoel Nóbrega e Antonio Mojica) nesse filme da Cinedistri, dirigido por Eurides Ramos, uma paródia da famosa ópera.

1958 - Na corda bamba
Típica chanchada, Arrelia em papel de destaque na história de um afinador de pianos que, junto com o sobrinho, tenta devolver um colar a uma baronesa cigana. Time de primeira no elenco: Zé Trindade, Ema D'Ávila, Wilson Grey e Moacyr Deriquém. Direção de Eurides Ramos.

1962 - Pluft, o fantasminha
Romain Lesage dirigiu a primeira versão para o cinema da peça de Maria Clara Machado,com Dirce Migliaccio no papel principal e Arrelia fazendo o Taberneiro. Com música de Tom Jobim, o filme tem a participação luxuosa de Vinícius de Moraes.

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