O primeiro filme sonoro brasileiro teve a dupla de cômicos Genésio Arruda e Tom Bill como protagonistas, o primeiro com as vestes clássicas do caipira, que depois seria repetida por uma série de outros atores, e o segundo com um terno xadrez, bem ao estilo carcamano. Dois anos depois de Al Jolson estrear O Cantor de Jazz, o sistema Vitafone, desconhecido do diretor Lulú de Barros, foi ignorado para dar lugar a uma sincronização entre voz e imagem feita de modo artesanal. A história era bem simples e contava a ida da dupla para a capital paulista para comprar um bonde. Foi um estrondoso sucesso, atraindo 35 mil espectadores na semana de estréia somente no Cine Santa Helena. A dupla acabou se mantendo após as filmagens. As peças estreladas por Arruda e Bill se apoiavam na mesma dicotomia da dupla de palhaços: enquanto o primeiro fazia o tipo excêntrico, o segundo fazia o quase comportado clown. Uma cena do filme foi resgatada e postada no youtube. Nela, percebem-se gags clássicas dos filmes mudos - correria, policiais, desmaios - e um humor ingênuo, sempre apoiado na diferença física dos dois cômicos.
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