- É capivara! Pode ter certeza! Capivara vai comendo tudo!
O cumpadre desconfiou. Mas resolveu se garantir. Assim que o cumpadre foi embora, pegou o enxadão e foi lá pra capoeira. Cavou um baita buracão e teve o cuidado de cobrir, disfarçar, pra capivara não perceber.
Noitinha e o outro cumpadre pegou o saco de estopa e foi caminhando pé ante pé até a roça do vizinho. Encheu o saco de milho e saiu, devagarinho, pra não fazer barulho. Mas, na volta, não viu a armadilha e vupt!, desceu barranco abaixo. Ficou lá, preso, sem poder escalar a beira do buraco. E não é que uma capivara bem das gorda já estava lá embaixo também!
O dia clareou e o cumpadre aparece na borda.
- Ô cumpadre, caiu aí?

- Eu fiz a armadilha pra pegar a capivara!
- E não é que pegou?
O cumpadre buscou a escada e baixou para que o outro cumpadre subisse.
- Vem, pode subir. Aproveita e pega o saco de mio...
- Saco de mio? Não é meu não! Só se for da capivara!
(Causo contado um sem-número de vêzes pelo Waltão, meu pai, desde a minha infância, que já se vai longe...)
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