Durante um século o Largo do Paissandu foi o ponto de encontro dos artistas de circo e da música caipira que, nas segundas-feiras, se reuniam em diversos cafés (dependendo da época), para trocarem contatos e acertarem shows e apresentações, além de conversarem e contarem experiências. Com o declínio dos circos e a degradação da região,o movimento de artistas foi enfraquecendo e o ponto de encontro se esfumaçou no tempo. O local é emblemático para o circo de São Paulo. No início dos anos 1920 foi lá que se instalou a lona do Circo Irmãos Queirolo, onde brilhava o palhaço Chicharrão. Depois, o local abrigou o Circo Alcebíades, do grande clown Alcebíades Pereira que, ao lado de Piolin, marcou época, atraindo, inclusive os intelectuais modernistas, entre eles Mário de Andrade, Antonio de Alcantara Machado, Menotti Del Picchia, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade, que manteve estreita amizade com Piolin a ponto de apontá-lo como a verdadeira alma do artista brasileiro numa época em que a influência cultural européia era quase que absoluta. Pois bem: os antigos artistas frequentadores do Paissandu têm novo espaço para se encontrar: o Centro de Memória do Circo, que fica na Galeria Olido e que vem recebendo, para um café nas tardes das segundas-feiras, circenses e simpatizantes, num movimento crescente e animador para a própria classe. A iniciativa partiu da coordenadora do espaço, Verônica Tamaoki, que conduz pesquisa sobre a história desse tradicional endereço de São Paulo.
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