domingo, 27 de fevereiro de 2011
Intervalo de pesar: Moacyr Scliar
Um intervalo nos temas deste blog para registrar e lamentar - além, é claro, de exaltar o escritor - a morte de Moacyr Scliar. Autor de obras singulares e interessantes, como A mulher que escreveu a Bíblia, a partir de uma conclusão bem particular de Harold Bloom, de que a Bíblia poderia, de fato, ter sido escrita por uma mulher, por mais paradoxal que isso possa parecer (depois de ler o romance de Scliar você até torce para que tenha sido verdade, sem falar de que se trata de um dos romances mais feministas da literatura brasileira); e A majestade do Xingu, sobre dois personagens judeus, cada qual com sua trajetória paralela, um comerciante do Bom Retiro e outro indigenista que fez história. O conheci há muito tempo, num evento da extinta Bienal Nestlé de Literatura (depois virou Prêmio Nestlé de Literaura Brasileira) em que era membro do juri que escolheria, na época, o melhor autor estreante. Disse que gostava de escrever seus textos à mão e à lápis, sentindo a textura do papel. Como isso foi no final da década de 1980, é bem provável que tal opinião não tenha perdurado na era do computador. Prolífico e bom ficcionista, uma perda grande para essa nossa literatura em estágio anoréxico...
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