Por atuar a partir de um forte componente cultural, o da identidade com a tonalidade musical da viola, os violeiros têm uma visão diferente do chamado mercado fonográfico e musical. Como definiu Zeca Collares durante debate ocorrido no Caipirapuru: “Existe hoje uma música para o corpo e uma música para alma. Eu vejo esse movimento de música de massa como música para o corpo. Você agita, transpira, chega em casa, toma banho e ela vai embora pelo ralo. No dia seguinte não sobra nada. A música para a alma vai além do divertir, tem a função da transformação, de fazer pensar, de fazer nos assumirmos enquanto povo e nação”. Não se trata, portanto, de simplesmente concorrer para ocupar espaço num mercado em que a hegemonia é do chamado “sertanejo universitário”. Mas oferecer algo mais ligado às origens musicais da música brasileira.
Com esse caráter de resistência cultural, o movimento luta para se firmar a partir de formas alternativas de financiamento. Entre elas as leis de incentivo à cultura para a promoção dos encontros e a gravação dos discos, e a estrutura de palcos do SESC, por exemplo, para a difusão dos artistas. Um desafio e tanto esse de defender uma música para a alma...
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