domingo, 5 de fevereiro de 2012

Um Arrelia sem pintura

Neste fim de semana que passou assisti na TV Cultura - antes que acabe... - o filme O barbeiro que se vira, dirigido por Eurides Campos em 1957, que traz Eliana Macedo, Paulo Goulart e, no papel principal, Arrelia. Sem pintura no rosto, mas mantendo o nariz pontiagudo que caracteriza o seu tipo no circo, ele não consegue conter sua atuação, sempre exagerada para a estética do cinema mas perfeita para a do circo. É sempre o palhaço, mesmo travestido, o que é também um clássico do humor circense. Mantém também sua vocalização e,assim como Jacques Tati, mesmo no segundo plano, seus gestos afoitos despertam o riso de quem acompanha a leve trama, como requer uma chanchada. O filme aproveita a fama que Arrelia conquistou com seu programa na rede Record e emplaca como uma pseudo paródia da ópera O barbeiro de Sevilha. Mas é pura chanchada, com todos os seus clichês: correria, troca de papéis, bebedeiras. Um Arrelia diferente, pois de cara limpa, mas com os trejeitos bem conhecidos; meio cômico, meio palhaço.

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