sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O Cirque du Soleil e o circo brasileiro


Importo da Revista Stravaganza, site do Edgar Olímpio de Souza, um artigo do ator, palhaço e diretor dos Parlapatões, Hugo Possolo, sobre o espetáculo Varekai, do Cirque du Soleil, em cartaz na cidade. É a terceira vez que a trupe internacional canadense aporta no Brasil, sempre em temporadas disputadas embora os ingressos sejam exorbitantes.A visão de Possolo é bem crítica:

"No entanto, o imediatismo com que são tratadas as atrações internacionais, cujos ingressos são bastante caros, somado ao provincianismo da imprensa, evidenciam o clima de festa preparada para ver a roupa nova do rei. O problema não reside no fato de ser um empreendimento de grande vulto, mas na opção que sua estética superficial anda disseminando. Quando se acredita que a renovação está no apelo do negócio e não em seu sentido poético para o público, ela sucumbe aos ditames daqueles que buscam o monopólio da imaginação."

A principal questão do artigo, que pode ser conferido na íntegra aqui, é o fato de que o Cirque é abastecido por diversos talentos brasileiros: "O Brasil se torna um exportador e o público brasileiro não chega a conhecer seus grandes artistas de circo." Ou seja, no espetáculo globalizado há o tempero do circo brasileiro, assim como do que há de melhor no mundo. A questão é que o espectador, encantado com a possibilidade de assistir a um espetáculo internacional, acaba subjulgando aquilo que é nosso de formação, elemento, inclusive, essencial na formação cultural brasileira.Sintetizando o processo de apropriação, que antes era nacional e agora é global, Possolo finaliza: "Continuaremos a aplaudir o conteúdo embalado pela indústria sem ver o quanto o nosso artesanato foi importante nesta receita de sucesso."

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