sexta-feira, 1 de julho de 2011

Já falei cem vezes!

Esta é a centésima postagem do blog criado em fevereiro deste ano. Ou seja, falei com vocês 99 outras vezes, sempre contando algo dos universos da viola e do circo, me estendendo algumas vezes às tradicionais festas populares. Tem sido um prazer imenso postar quase que diariamente sobre temas que me interessam muito, além de, muitas vezes, dividir todo o conhecimento que me surpreende enquanto conduzo minhas pesquisas acadêmicas e pessoais. Felizmente tenho tido diversas surpresas boas nesse processo de pesquisa, às quais tenho partilhado, quase sempre, com os leitores do blog. Surpreende-me, por exemplo, que o post mais visitado tenha sido o do conto "Eu escuto a cor dos passarinhos", com 147 visualizações (!!!), o que renova minha esperança com a literatura. O escrevi a convite e ele conta um encontro imaginário entre o poeta pantaneiro Manoel de Barros e a violeira Helena Meireles. Aliás, ele ultrapassa em quase trinta visualizações (total de 118) o segundo colocado, que tem por personagem principal, o ator do momento: "Domingos Montagner: o palhaço que virou cangaceiro..." Também preciso ressaltar que a visitação a este espaço de discussão e partilhamento de conhecimento aumentou bastante desde o post número 1. Creio que faz parte dessa iniciativa conquistar audiência, muito porque não há motivação comercial alguma nela e sim uma vontade imensa de partilhar conhecimento, fomentar discussões e, de alguma forma, contribuir para a formação do que o físico Peter Russel chamou de "Cérebro Global" e o jesuíta Teilhard de Chardin de "noosfera". A maior parte dos comentários que consegui com essas discussões sempre foram feitos sob a intenção de fomentar o debate, construir e multifacetar as questões. Tento ver a internet com olhos novos, não como uma extensão das práticas tradicionais de comunicação, muitas delas desgastadas pelos vícios gerados em suas relações com os poderes constituídos. Me reservo ao direito, enfim, de praticar aquilo que uma velhinha que viveu no interior de Goiás disse e que tornei a epígrafe do blog: "transferir o que sei e aprender com o que ensino". Embora tenha me dedicado à pesquisa e a passar às outras pessoas a minha experiência em comunicação, sinto que o meu papel é, como o do caipira e do circense, ser uma fronteira móvel entre uma instância e outra, entre o saber e o fazer, entre o aprender e o ensinar. E, enfim, buscar aquilo que é simples, pois é o que realmente vale na vida! De mais a mais, ante o esconjuro das sombras, continuo a brincar de Cará Pinhé!
(A imagem da brincadeira que aprendi com meu avô é do filme Ao relento, de Julia Zakia, que trata de uma comunidade cigana no sertão de Alagoas, e está no blog filmeaorelento.blogspot.com)

Um comentário:

Anônimo disse...

Foram cem prazeres que tive aqui. Siga!

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