quinta-feira, 30 de junho de 2011

Doutores da Alegria: efeitos terapêuticos

Como prometido, os resultados da pesquisa feita pelo Istituto Fonte para o Desenvolvimento Social em 2007 e 2008 para avaliar o impacto do programa de visitas dos Doutores da Alegria. A primeira questão é sobre o que permanece com a criança após a visita dos palhaços, na opinião dos profissionais de saúde. 95,7% afirmam que as crianças imitam e reproduzem as brincadeiras realizadas pelos palhaços; 91% apontam que as crianças recordam e relatam essas brincadeiras; e 87,6% sinalizam que as crianças pedem a volta dos palhaços. Em relação à resposta da criança ao tratamento a que é submetida e a influência das visitas dos Doutores da Alegria, 96,3% dos profissionais de saúde garantem que ela fica mais à vontade com o ambiente do hospital; 95,4% dizem que a criança fica mais ativa, motivada e falante; 89,2% notam que ela fica mais colaborativa com os profissionais de saúde. Além disso, 85,4% dizem que a criança apresenta melhora, 77,7% afirmam que ela passa a se alimentar melhor e 74,3% apontam que ela aceita mais os procedimentos médicos e os exames. Mas o efeito não é somente naquele que passa pela doença, mas também naquele que lida com a doença. Por exemplo, 56,8% dos profissionais de saúde garantem que passam a ter maior disponibilidade para ouvir os colegas após os "tratamentos" dos palhaços; 49,5% notam a equipe mais coesa e 45,8% confessam que abriram-se mais dentro da equipe para falar de questões delicadas e sensíveis. O efeito terapêutico da alegria parece incontrolável, pois atinge também a relação do profissional de saúde com a família e com a criança convalescente. 90,1% desses profissionais notam que as visitas dos palhaços contribui com a confiança das famílias sobre a melhora das crianças; 89,5% percebem que a família passa a brincar mais com a criança e 87,5% dizem que as famílias ficam mais à vontade com o ambiente hospitalar. Por fim, os profissionais passam também a brincar mais com as crianças (para 76,1%); estabelecem outras formas de se aproximatem das crianças (75,5%); passam a reconhecê-las mais como crianças do que como pacientes (75,2%); além de conversarem mais com elas (69%).
Bom, prometi esta pesquisa mas vou falar de outra, também muito séria, feita internamente pelos Doutores da Alegria. A pergunta essencial é: O que não pode faltar na mala de um doutor da alegria? Revelo somente três respostas, que dão uma visão geral de questão tão pertinente:

"Uma alça. Para não ter uma mala sem alça!" (Doutora Manela)

"Um apontador, caso a criança não saiba dizer onde está doendo." (Doutora Dona Juca Pinduca)

"Apito, caso seja necessário botar organização num congestionamento nasal ou facilitar o fluxo dos gases." (Doutora Xuleta)

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