quarta-feira, 30 de maio de 2012

Série Momento do Compositor: Anacleto Rosas Jr.

O excesso de tarefas acabou deixando o blog parado por duas semanas, mas retomo para falar do programa de domingo passado na rádio Planalto, sob o comando de Danilo Darós, que tratou do compositor Anacleto Rosas Jr.. Sugeri o nome por ser um mogiano pouco conhecido em Mogi das Cruzes, minha cidade. Pudera, por lá pouco viveu, passando sua infância e adolescência em Poá, onde começou sua vida musical participando de serestas. Foi lançado por Tonico e Tinoco - dupla que não só consolidou o formato da música caipira em seu período mais áureo como cumpriu o papel de apadrinhar duplas de valor, assim como compositores que reconheciam em sua capacidade poética. Anacleto Rosas é autor da moda campeira - subgênero inovador da música caipira - Cavalo preto, também gravada por Sérgio Reis na época em que atuou na novela Pantanal, da extinta TV Manchete. É de Anacleto também a rancheira Os três boiadeiros, tema de filme em 1979, dirigido por Waldir Kopeski, estrelado por Pedro Bento e Zé da Estrada. Aqui, com a dupla, após entrevista feita por Moraes Sarmento no antigo Viola, Minha Viola, em 1980.


Ao se mudar para São Paulo Anacleto começou a compor e a mostrar suas composições no Café dos Artistas, Largo do Paissandu, ponto de encontro dos circenses e das duplas caipiras, onde acertavam shows e temporadas com os empresários de circos e de casas noturnas. Aliás, o post de amanhã tratará mais detalhadamente desse fenômeno. Dois de seus três filhos se juntaram a outro cantor e criaram o Trio Turuna, que gravou exclusivamente composições do pai. Foi ainda compositor da primeira homenagem à padroeira do Brasil, composição gravada por Tonico e Tinoco.


Anacleto morreu em Taubaté, onde acontece um festival anual de música caipira em sua homenagem. Enfim, mais um nome da composição caipira que deixou um grande legado - mais de 600 músicas - gravado até por duplas que derivaram do gênero original - não o "raiz", como chama a indústria fonográfica, mas do caipira mesmo.

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