sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Que fim levou o Bloco Ki K... Lor, de Mogi da Cruzes?


Recebo dos meus pais uma folha amarelecida do jornal Diário de Mogi datado do longínquo 1 de fevereiro de 1978. Há tempos eu procurava pelo exemplar, pois lembrava dele como a minha primeira publicação - e não de uma matéria jornalística, mas de uma pesquisa sobre... cultura popular! Tinha lá eu meus 14 anos, como lembra o jornal, e havia reunido material sobre o bloco carnavalesco Ki K... Lor que, naquela altura, reinava há 46 anos no Carnaval - naquela época se escrevia Carnaval com maiúscula! - de Mogi das Cruzes. Na verdade eu havia compilado algumas histórias contadas por meu pai e por meu avô, algum recorte de jornal do próprio Diário de Mogi e havia peneirado algumas datas nos livros de Isaac Grimberg, historiador dedicado que deixou alguns livros sobre a história da cidade. Naquele mesmo ano de 1978, meu avô, Benedito Marcílio Afonso de Sousa, nome pomposo que nenhum mogiano conhecia, a não ser os familiares mais próximos, o Tibite que aparece na reportagem como um dos fundadores do bloco - ele gostava de grafar Tibt - desfilaria pela última vez no Ki K... Lor, já que não alcançaria o ano de 1979. Foi ele, aliás, quem levou meu pretenso artigo para o Diário de Mogi! Aos 79 anos, saiu levando o estandarte do bloco, vestido de... saia! Com uma peruca escondendo a lustrosa careca, e com uma dentadura de vampiro! Havia naquele ano já uma nostalgia desenfreada, que desapareceria na década seguinte, dos velhos carnavais do passado. Havia o Guarda-Chuva (João Benegas Ostiz), eterno Rei Momo, com a tez e a vestimenta dos característicos desenhos do personagem carnavalesco feitos no início do século XX! E, ainda, na banda do bloco, o clarinetista Miranda, com uma circunferência ventral bem maior que a do Rei Momo, com sua voz fina, ele militar, pois tocava na banda da polícia. Acompanhei meu avô naquela noite, que ensaiava alguns pingos de chuva. Para nós, os netos de seu Tibt, era extremamente divertido vê-lo fantasiado, pois não saia de casa sem o terno, a gravata e o chapéu. Pois, sim, o Ki K... Lor está aqui. Vou reproduzir, nos posts que serão publicados nesses quatro dias de Carnaval, aquela reportagem de 1978, em seu texto juvenil e inocente. Espero agradar aos leitores e, principalmente, aos que ainda se lembram do bloco. Evoé!

Nenhum comentário: